terça-feira, 29 de março de 2011

CFMV solicita ao Ministro da Saúde inclusão do Médico Veterinário no Nasf

Como parte dos esforços para incluir o Médico Veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), presidido por Benedito Fortes de Arruda, solicitou diretamente ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a alteração da Portaria GM no. 154, de 2008 que cria o Nasf, porém, não insere a Medicina Veterinária entre as profissões que atuam no Núcleo.
Ao receber o ofício, em mãos, o Ministro mostrou-se receptivo e reconheceu o pleito, pois entende a importância do Médico Veterinário para a saúde pública. Padilha comprometeu-se a encaminhar o documento à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério para avaliação. O CFMV foi representado na reunião pela Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária do Conselho.
No documento, o Presidente do CFMV diz que “a inclusão da Medicina Veterinária no Nasf transcende o aspecto individual da atenção básica e abrange todo o contexto individual, coletivo e ambiental como gerador de doença”. Arruda lembra a importância da formação e conhecimentos, próprios do Médico Veterinário, referentes a doenças transmitidas e veiculada por animais (zoonoses) e doenças transmitidas por alimentos de origem animal.
O Presidente do CFMV também lembra que, atualmente, organismos internacionais como Organização Mundial de Saúde, Organização das Nações Unidas para a Saúde e Alimentação e Organização Internacional de Saúde Animal já defendem a estratégia de “um mundo, uma saúde”, ou seja, que além do tratamento individual “a saúde depende também do controle e prevenção de enfermidades infecciosas, emergentes e reemergentes; observada a interface entre o homem, animais e ecossistemas, para os quais o Médico Veterinário pode contribuir diretamente”.
A participação do Médico Veterinário também vem contribuir para o cumprimento das diretrizes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família que são interdisciplinaridade, intersetorialidade, educação popular, território, integralidade, controle social, educação permanente em saúde, promoção da saúde e humanização.
O CFMV enfatiza que a inclusão da Medicina Veterinária na Portaria GM no. 154/2008 não acarretará em participação automática deste profissional nas equipes, já que a composição é definida pelo gestor de cada município e dependerá da análise da realidade epidemiológica. Porém, permite que o Prefeito ou Secretário de saúde possa solicitar a inclusão do profissional, o que hoje não é permitido.

Fonte: CFMV

quarta-feira, 9 de março de 2011

Veterinário que ficou tetraplégico após acidente de moto, cria blog mostrando os benefícios da acessibilidade

Há três anos, o médico veterinário Frederico Rios, de 29 anos, sofreu um acidente de moto, o que o deixou tetraplégico por conta da lesão em uma vértebra. Ao invés de lamentar sua condição, Fred, como é chamado, resolveu criar um blog para mostrar como a acessibilidade é benéfica para os cadeirantes, e também para deficientes auditivos, visuais e para o cidadão comum, que não percebe como as pequenas mudanças são relevantes.
O blog Acessibilidade na Prática completa três meses amanhã, com a marca de 15 mil visualizações da página. Com o auxílio de duas órteses, Fred redige os textos do blog, além de cuidar dos comentários e publicação de fotos.
(Foto: Jorge Almoas)
“Foi uma amiga que me deu a ideia do blog. Mas não quisemos fazer como os demais, que sempre mantém um tom de revolta, de denúncia. Queremos mostrar que a acessibilidade é uma cultura que envolve toda a população, e não somente quem está na cadeira de rodas ou não enxerga”, explica Fred.
No blog, Fred conta com a ajuda de amigos de diversas áreas, como fisioterapia, arquiteto, advogado e psicóloga. Eles acompanham os problemas relatados, analisando flagrantes de calçadas, prédios e áreas públicas.
O médico veterinário comenta que a acessibilidade é composta de detalhes. “Muitas vezes um arquiteto não sabe como cumprir a norma e não inclui no projeto os itens necessários. Daí, quando entrega a obra, é preciso fazer a reforma para adaptá-la para a acessibilidade, o que deixa mais caro”, diz Fred.
Ele fala que o que deveria ser requisito é vendido como diferencial. “Os prédios que são adaptados são mais valorizados.
A equipe do blog já visitou a Cidade do Natal, a prefeitura de Campo Grande, o Cinemark e prepara publicações sobre dois supermercados da Capital.
“Às vezes, os produtos ficam dispostos na horizontal, limitando as opções para quem é cadeirante ou mais baixinho. Uma mudança seria colocá-los na vertical, dando oportunidade para todos”, esclarece Fred.
O blog aceita colaboração dos leitores, que podem enviar fotografias ou sugestões.